Ciência, intervenção e ativismo
Como cientista, ou como técnica (o Estado define assim nos cargos), eu prezo por um compromisso social em todos os trabalhos que exerço ou nas pautas dos diferentes temas/movimentos que eu considero importantes para uma sociedade mais democrática. Em especial, cito aqui o setor de relevância desse blog, a minha preocupação com o futuro das políticas culturais. Não ocupo dentro do campo cultural, nem no campo museal especificamente, ser uma agente social que quer conservar as práticas vigentes. Prefiro assumir o papel de ser agente social da transformação progressiva, num campo que eu sei que possui seus conflitos. E é por isso que constantemente estou engajada no debate, como analista ou como ativista.
Arte (construção): museu, conhecimento e humanos abraçando os dois. Autor: Douglas Machado, 2020. Não autorizo baixar para compartilhar. |
Não à toa, eu e alguns colegas criamos em 2018, o Movimento Abrace Um Museu, após o incêndio do Museu Nacional (02/09/2018) - no ano dos seus 200 anos no Brasil (o primeiro). Fizemos três atos simbólicos de abraços nos museus em Manaus, já elaboramos carta aberta dos profissionais do patrimônio cultural do Amazonas, ocupamos esse blog na Semana Nacional dos Museus 2020 e mantemos um debate, com compartilhamento de conhecimentos, e de informações sobre o cenário do campo museal que vivemos no mundo, no Brasil e no Amazonas.
Desde 2019, também estou envolvida no Movimento Mobiliza Cultura Amazonas, principalmente agora nesse momento da pandemia do novo coronavírus, no qual o campo cultural foi o primeiro impactado e deve ser o último a retornar com suas atividades. Participo colaborando com minha experiência de pesquisa e de gestão nos debates e na elaboração de documentos com sugestões às instituições públicas.
É importante a mobilização da sociedade civil para a democratização das políticas culturais, e principalmente contribuir nas ações que podem ser realizadas pelo Estado nesse momento de pandemia. Isso tudo tem um papel social direto na manutenção da nossa democracia, que tanto está sendo atacada nos últimos tempos. Tomar posição é fundamental para impedir o avanço do autoritarismo.
A pesquisa não termina. Foto: Alana Silveira, 2018. |
Eu prefiro dizer que além da
Sociologia da Cultura e da Antropologia do Patrimônio Cultural, que eu possa
atuar como pesquisadora (dada minha formação científica), eu me esforço para fazer uma Sociologia Intervencionista ou Antropologia da Ação com o objetivo de uma intervenção científica na sociedade, preocupada com a popularização do conhecimento, também no trabalho
professoral para a desvelar o mundo social, para formação de novas
mentalidades, e consequentemente na contribuição das transformações sociais.
PS1: Esse texto foi um pedido do Rubem Valério Jr (membro Abrace Um Museu).
PS2: Autoanálise com base na teoria bourdieusiana.
Rila Arruda - pesquisadora
Blog: museusdoam.blogspot.com
E-mail: rila.arruda@gmail.com
Linkedin: Rila Arruda
Instagram: @rila.ac
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