"As diferentes formas de vestígios arqueológicos" - Rubem Valério Júnior | Semana Nacional dos Museus 2020
Ao contrário do senso comum, ditado por filmes como da série Indiana Jones, as pesquisas investigativas de Arqueologia não costumam estudar as sociedades e grupos humanos unicamente através de objetos isolados, mas essa não é uma prerrogativa que o grande público chega a tomar ciência.
Muitos são os que nos perguntam por pura curiosidade, ‘qual o objeto/artefato mais “fantástico” que já encontrou em pesquisas de campo e onde?’. Claro que sempre no intuito de colaborar com a compreensão alheia, contamos a respeito de casos impressionantes que lidamos, em nosso caso amazônico, dos volumosos vasilhames indígenas de cerâmica, mas com o receio e preocupação em causar saques desenfreados desses objetos ao contexto cultural de origem, uma preocupação de Arqueólogas e Arqueólogos muito recorrente e bastante válida.
Ao estudarmos esses objetos temos o intuito final – dependendo da metodologia de pesquisa adotada – quase sempre voltado a interpretação das suas localidades originárias – os sítios arqueológicos – pra análises de impacto sobre o ambiente pela presença humana e padrões ocupacionais, ficou meio arqueologuês demais? Continua, vamos decifrando juntos.
Os megalitos, uma modificação da paisagem para percepção do calendário solar no sítio arqueológico Regro Grande I de Calçoene/AP. Rubem Valério Jr, 2019. |
Nós, humanos, sempre ao desenvolver atividades, independentemente de escala temporal, costumamos deixar a nossa 'pegada' nos locais aos quais frequentamos e coabitamos em coletividade, seja em um ambiente urbano mais atual, na forma de edificações, garrafas, maquinários ou seja em um ambiente rural, como o mostrado na imagem, que percebemos estas pedras monumentais dispostas, apresentando um formato estranho inicialmente a olhos curiosos, com formas que podem lembrar animais, com furos, ou ao reparar com atenção para o solo próximo, pode ser que encontremos uns fragmentos de cor diferentes do solo do local.
Inúmeros são os testemunhos que a presença humana pode deixar no meio ambiente, tantos conhecidos vestígios arqueológicos que nomear e comentar um a um aqui iria tomar bastante tempo deste autor, e necessitaria de muita disposição ainda de vocês, leitores, para permanecerem até o fim deste breve texto.
Contudo, mantenham a curiosidade de conhecer o passado breve e ou antigo da humanidade, conhecimento é a primeira maravilha do mundo, mas não descaracterizem. Do mesmo modo que esses locais e objetos diferentes ressaltam aos seus olhos curiosos, poderão atiçar a muito mais pessoas curiosas mundo afora em museus, exposições itinerantes ou mesmo como neste momento de isolamento social, em transmissões virtuais.
Rubem Valério Do Nascimento Júnior
Arqueólogo da Companhia de Gás do Amazonas – CIGÁS
E-mail: valeriorubemjr@gmail.com;
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O Movimento Abrace Um Museu está ocupando virtualmente o Blog Museus do Amazonas, na Semana Nacional dos Museus 2020, devido à pandemia Covid-19.
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