"O poder do hábito" - Tammy Cavalcante | Semana Nacional dos Museus 2020
Quando pensei sobre o que escrever, para compartilhar
minha experiência enquanto frequentadora de museus, decidi falar do lado mais
simples e prático. Frequento museus por que entendo e respeito esses espaços
como pontes com o passado e formas de entendermos o presente e projetarmos o
futuro. Sou nascida e criada em Manaus, e museus sempre estiveram na minha lista
de lugares preferidos. Sonhava em visitar os grandes do mundo, mesmo sem eu
entender muito o porquê. Sabe quando você faz uma lista de locais dos sonhos? A
minha sempre era formada por cidades que tinham museus históricos. E mesmo que
por um golpe de sorte, eu acabasse em algum lugar que não tinha nenhuma
referência, ia atrás de um museu para conhecer. Foi assim, no improviso que
visitei alguns dos museus que mais me marcaram e me ensinaram, como foi o caso
do Museu Kura Hulanda, em Curaçao.
O Museu Kura Hulanda é um memorial em uma casa típica de colonos holandeses. Foto: Paulo Avelino, 02/01/2016. |
Pensando nos museus locais, minha relação com eles se estreitou digamos assim por volta de 2011 quando trabalhei na rua Guilherme Moreira, coração do centro da cidade, e sempre que tinha chance dava uma volta em algum deles. Foi assim que conheci o Museu Amazônico, a Usina Chaminé, a Galeria do Largo, o Palácio da Justiça, o IGHA, as igrejas históricas e tantos outros espaços que me ajudaram a ressignificar a história de Manaus, que eu conhecia dos livros e da escola, e principalmente a construir minha própria memória afetiva. Então, fiz alguns vídeos durantes as visitas e subi no meu canal do Youtube, como uma forma de mostrar para meus amigos como tem tanta coisa para ser vista, conhecida e vivida aqui na nossa cidade. Eles foram parados de forma abrupta mas, tenho planos de testar um novo formato em um futuro próximo.
Centro Cultural dos Povos da Amazônia Foto: Tammy Cavalcante, 2018. |
Posso dizer, enfim, que antes de ser um prazer e desejo, frequentar museus e experimentar da educação museal foi um exercício, uma decisão de usufruir do que estava ao meu alcance e essa prática se tornou um hábito, ao ponto que hoje posso dizer que é uma das atividades sociais que mais me faz falta. Nunca vou esquecer a minha emoção em conhecer o Centro Cultural Povos da Amazônia, em especial nele o Museu do Homem do Norte pela primeira vez. Acredito que a valorização desses espaços parte também do significado que nós, frequentadores e frequentadores em potencial, damos a eles. A ideia de abraçar um museu precisa ser além de uma manifestação ou um protesto. Os museus precisam ser abraçados por nós no sentido mais abrangente do verbo, precisamos pertencer aos museus e só assim lhe dedicaremos o devido valor.
Playlist no Youtube com os vídeos em Manaus: 4 do Centro Cultural Povos da Amazônia, 1 da Biblioteca Pública do Amazonas e 1 do Palácio Rio Negro:
https://www.youtube.com/playlist?list=PL6UjNKmgbl4Zi0mHjYfmd5HMY0M95u-Qz
Tammy Cavalcante
Administradora, Cientista Social e Produtora de Conteúdo
Instagram: @tammycxa & @tramma.criativa
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